terça-feira, 4 de outubro de 2011

Pinga




Pinga
Na minha boca
E minha mente
Vaga
Pela mais bela
E vaga lembrança
Lembrança que o corpo
Não sente
Mas a mente não mente
Só inventa
Uma grande tormenta
De idéias
Que jorram
Como essa água que
Na minha boca
Pinga.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Outono




É outono em meu coração
Caem folhas brilhantes de meus olhos

Como o gelo
Que sucumbe ao calor do sol

Como a noite
Que foge ao ver a luz do dia

Espero que o inverno passe rápido
Para que o sol da primavera
Venha aquecer meu coração solitário.


O mais importante...



A lguém já descobriu o mais importante nesta vida?
M uitos levam a vida inteira nesta investida
 I nfelizmente, resposta ainda não obtive
G ostam de atribuir ao dinheiro a felicidade
O utros dizem que o importante é ter amor afinal
S inceramente acredito que o mais importante é o que se lê na vertical.

Mãe



M ulher, sublime ser
A mor incondicional
E ssencial ao meu viver.


Julgamento




Falso profeta
Pregador infiel
Usa seu santo nome
Pelo indigno papel.

É uma tristeza
O que faz com a massa
Por pura ganância
Ri da alheia desgraça.

Não honra
O pai
Como lhe foi ensinado.

Na hora
Do julgamento
Seu lugar está guardado.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Coreanos (Homenagem aos trens cariocas)


Só um som na mente
Em meio a tanta gente
Pareço um demente
Um dormente
Por onde passam tantas vidas
Olhando através de uma janela lacrada
Fechada pro mundo
Que ma abraça
E me escorraça
Evolução gelada
Mas vou sentir falta
Do Jesus te ama
Do Nakayama
Da Coca, da água, da bananada
Do amendoim de vinte e cinco
Da balinha do menino
Do acordeom de uma nota só
Da minha peça de dominó
E do balanço que embala
O sono de quem duro trabalha
E do calor que molha
E faz brilhar os rostos cansados
Dessa gente que luta, labuta
Gente que sofre
Mas que se alegra no batuque
Do Samba que pega carona
Dono da festa, milagreiro
Que torna melhor a vida
De um em cada um brasileiro.

Óz



A maldade
Domina a humanidade
Desde a antiguidade
Torturava-se com criatividade
Matava-se com facilidade.
Anos hão passado
E o que há mudado?
Tivemos a esperança
Mas ela se foi ao terceiro dia
E sua mensagem está perdida.
Seus mensageiros se perderam admirados
Com a estrada de tijolos dourados
E não conseguem mais vislumbrar
O verdadeiro mundo de Óz
Onde os leões falam
As latas andam
E os corações amam.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Paredes


Em meio a estes
Arranha-céus de luzes ofuscantes
Minha mente vagueia
Por entre paredes de tijolos descobertos
Que choram de miséria.

Paredes vizinhas, coladas
Separadas por finas vielas tortas
Cheias de sonhos e fantasias.

Paredes tristes,
Amedrontadas com o terror
Da vida que vivem sem querer.

Com essa vida
Que se leva nestas paredes
Só mesmo mergulhando na cerveja
Com uma única forma de alegria.

O Samba, música esta
Que enche nossa alma
De alegria e esperanças
Fazendo-nos esquecer
Dos prédios lá fora.

À Margem da Realidade


Vivendo à margem da realidade
Esta sociedade
Que vive trancada
Selada
Numa redoma
E ainda reclama
Do pivete no sinal
Da violência no jornal.

Inclusão digital
Inclusão animal
Com ração importada
E a criançada
Na calçada
A mão estendida
Sem uma chance na vida
Mas o melhor amigo do homem
É o cachorro
Que não pede socorro
Num olhar.

Mas o que esperar
De uma sociedade
Que alimenta detento
Mas não alimenta o futuro
Deitado no frio
Sem dar um pio
À noite
Sob o açoite
Do vento
Ao relento
Com um único amigo
O umbigo.

Com a única certeza
Do nada
E a tristeza
De ser só mais um número
Que vai bater
À sua janela no sinal.

Maior Amigo


Se a chuva vem barrenta
Descendo sedenta
Querendo te tirar à força
A vontade de viver.

Não perca a fé
Continue de pé
A cabeça erguida
Pois não perdeste o mais precioso
A vida.

Muitas vezes sofrida
Outras vezes maldita
Mas seja como for
A maior dádiva do criador.

A dor é forte
Enorme é o sofrimento
Mas não há um só momento
Em que estejas totalmente só.
Terás sempre uma mão amiga

Alguém com quem contar
Cuidando da tua ferida
Pronto a te confortar.

Mesmo que não percebas
Estará sempre contigo,
Mesmo que não reconheças
O teu maior amigo.